segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Segundo a CNTE, o Ministério da Educação lançou o programa "Mais Professores" sem consultar as entidades educacionais


Na última semana, o Ministério da Educação anunciou um novo programa que funcionaria, para a educação, nos moldes do "Mais Médicos". Com o nome provisório de Programa Nacional de Professores Visitantes na Educação Básica – Mais Professores, foi apresentado na Câmara dos Deputados, durante reunião da Comissão que se dedicada à formulação de um projeto de lei para reformular o ensino médio brasileiro.
"É uma contribuição do governo federal com os municípios que têm baixo Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], baixo IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] e principalmente onde não temos hoje professores de matemática, física, química, inglês - que são as maiores carências", afirmou Mercadante.

A CNTE lamenta, no entanto, que um programa dessa magnitude tenha sido anunciado sem consultar as entidades educacionais. "O MEC anuncia um programa que alcança os professores e alunos desse país e não envolve os representantes dessas categorias para discutir, não envolve o movimento estudantil, os trabalhadores da educação e as entidades que estão trabalhando diretamente essa questão. Além do programa não estar totalmente elaborado, o que gera especulações na mídia", afirma o secretário de assuntos educacionais da CNTE, Heleno Araújo.

Heleno critica o fato de parâmetros importantes ainda não estarem estabelecidos. Dar bolsas para motivar professores de algumas disciplinas a lecionarem em municípios com baixo IDH e piores notas no IDEB gera tratamento diferenciado com os professores que estão em exercício e que não ensinam as disciplinas escolhidas pelo programa.

"São dúvidas que o governo coloca quando lança um programa desse tipo e também quando fala que teremos professores visitantes na educação básica, o que é outro absurdo. Como você vai dar qualidade para a educação fazendo programa com professor visitante, que apenas presta um serviço e vai embora? Lamentamos que o MEC lance o projeto sem nada concreto para as entidades analisarem", finaliza Heleno.